sábado, 17 de maio de 2008

56% dos jovens fazem “esquenta” antes da balada

Pesquisa mostra que motoristas não respeitam regras de segurança e colocam terceiros em risco.


Uma pesquisa feita com 1.034 universitários, entre 18 e 30 anos, nos municípios do Rio de Janeiro e São Paulo revelou um dado preocupante: cerca de 90% dos entrevistados afirmaram já ter dirigido mesmo depois de ter consumido bebida alcoólica. Outro número surpreendente é que 56% dos estudantes disseram que praticam o chamado “esquenta” (reuniões entre amigos para o consumo de álcool) regularmente antes de sair à noite para se divertir. O estudo foi apresentado, em Curitiba, durante o 14º Congresso Brasileiro do Trauma Ortopédico.

Segundo o coordenador da pesquisa, o traumatologista Marcos Musafir, em 2006 ocorreram 21 mil acidentes de trânsito envolvendo pessoas entre 18 e 29 anos, no estado. Do total, mais da metade (12,6 mil) estava sob o efeito do álcool. “O jovem que abusa do álcool e que pratica o ´esquenta´ está envolvido com os mais graves acidentes de trânsito do país”, diz. “Mesmo os de nível universitário ignoram o perigo da relação entre o álcool e dirigir. Eles são imprudentes e dão pouca importância para os riscos a que estão expostos”, ressalta.

Os dados da pesquisa incentivaram o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia a lançar a campanha nacional “Quanto vale o esquenta? Sua vida vale muito mais”. A empreitada pretende reduzir em 10% os números de acidentes de trânsito no país.

No Paraná, a iniciativa começou com uma caminhada por bares e postos de combustíveis de Curitiba durante a semana. Segundo o coordenador da campanha, o médico Flamarion dos Santos Batista, o objetivo é conscientizar jovens, adultos e proprietários de estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas sobre os riscos de beber e depois dirigir. “Os donos dos estabelecimentos também devem cumprir o dever social de alertar e divulgar os riscos que seus clientes motorizados correm ao ingerir álcool.”

Irresponsabilidade

O advogado Gilberto Gaeski perdeu a filha de 16 anos, em 2004, atropelada. O carro era conduzido por uma pessoa embriagada. Ele é criador do Instituto Dias Melhores, que atende os envolvidos em acidentes e seus familiares. Gaeski é a favor de punições mais severas aos condutores que dirigem bêbados. “A pessoa quando bebe e dirige já sabe que está pondo em risco a vida de outras. Há um ato doloso por parte desse condutor, porque ele sabe que pode chegar a ferir ou matar um outro individuo. Penas maiores e multas mais elevadas também ajudam a coibir esse tipo de atitude”, afirma.


Gazeta do Povo.

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