terça-feira, 6 de maio de 2008

Advogado de austríaco que manteve filha no porão recebe ameaças

Rudolf Mayer, advogado de defesa de Josef Fritzl --que manteve a filha presa por 24 anos e teve sete filhos com ela-- recebeu ameaças em e-mails enviados por pessoas da Áustria e do exterior por defender o suspeito do mais grave caso de incesto na história recente do país.

"O suspeito deve ser linchado e pendurado, e o advogado de defesa, castigado", diz um dos e-mails que o advogado recebeu nos últimos dias, após a descoberta do terrível caso, no final de abril, na localidade de Amstetten.

"É difícil de entender. Eu não peço compreensão para meu cliente", disse Mayer à imprensa, ao comentar as ameaças que recebe pela internet da Áustria e de outros países europeus.

"Se houvesse um plebiscito para voltar a introduzir a pena de morte, 80% da população aprovaria", diz o advogado sobre a exaltação popular contra Fritzl, que está em prisão preventiva em um centro penitenciário de Sankt Pölten, 65 quilômetros ao oeste de Viena.

Entre os poucos e-mails positivos que recebeu, Mayer comentou o de um homem que se mostrava surpreso pelo fato de que até os intelectuais em seu círculo de amizades não soubessem "separar um advogado de seu cliente".

Sobre seu cliente, o advogado disse que seu estado continua sendo "o mesmo de dias anteriores", e que tinha perguntado pela família.

A Procuradoria prevê continuar o interrogatório a Fritzl nos próximos dias, depois de ele ter confessado à polícia que manteve a filha, Elisabeth, presa no porão de casa por 24 anos, e que teve sete filhos com ela --dos quais um morreu logo após nascer.

A polícia espera terminar a investigação no cativeiro em Amstetten na próxima semana, após realizados os testes de DNA e outras análises do recinto de cerca de 55 metros quadrados.

Fritzl construiu o local no porão da casa onde vivia com a mulher, mãe de Elisabeth, e três dos sete filhos gerados na relação incestuosa.


Folha de Londrina.

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