sexta-feira, 16 de maio de 2008

Advogados pedem a transferência de Alexandre Nardoni para cadeia em Tremembé





Os advogados de defesa de Alexandre Nardoni pediram nesta quinta-feira a transferência dele para um presídio de Tremembé, no Vale do Paraíba. De acordo com os advogados, Alexandre está em segurança em uma cela na enfermaria do Centro de Detenção Provisória de Guarulhos, na Grande São Paulo, mas eles querem que a lei seja cumprida. Segundo a defesa, o pai de Isabella deveria estar em uma cela especial, própria para pessoas com diploma universitário. Alexandre e a mulher dele, Anna Carolina Jatobá, são réus no processo que investiga a morte da menina Isabella Nardoni, de 5 anos.

O pedido foi encaminhado ao juiz Maurício Fossen, responsável pelo caso, e à Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). A SAP afirmou que não vai comentar o pedido. Alexandre estava preso inicialmente no 13º Distrito Policial da capital, de onde foi tranferido depois de ser ameaçado por outros detentos, para o CDP de Guarulhos.

Anna Carolina também foi hostilizada por presas da Penitenciária de Sant'Anna, na zona norte da capital, e acabou sendo transferida para a penitenciária feminina de Tremembé.

Os advogados do casal devem se pronunciar nesta sexta-feira sobre o habeas corpus que pretendem impetrar no Superior Tribunal de Justiça pedindo a liberdade dos dois. A defesa iria esperar o julgamento do mérito do habeas corpus impetrado no Tribunal de Justiça de São Paulo - que foi negado pelo desembargador Caio Canguçu de Almeida. A previsão era de que o julgamento ocorresse na próxima semana, mas como o desembargador Canguçu de Almeida sairá de licença-prêmio entre os dias 19 de maio e 4 junho, a decisão será adiada para meados de junho.

Advogada da mãe de Isabella será assistente de acusação

A Justiça aceitou que uma advogada contratada por Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella Nardoni, 5 anos, atue como assistente de acusação no processo que tem como réus o pai e a madrasta da menina. Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá são acusados por homicídio triplamente qualificado pela morte de Isabella, asfixiada e jogada pela janela. Responde ainda à Justiça por fraude processual, por tentar apagar pistas do crime.

A advogada Cristina Christo Leite trabalhará junto com o promotor Francisco Cembranelli, responsável pela denúncia contra o casal.

Anna Carolina e Alexandre acreditam que o Tribunal de Justiça de São Paulo vai colocá-los em liberdade quando julgar o mérito do habeas corpus que pedia a liberdade dos dois, o que deve acontecer num prazo de 20 dias. Alexandre teria ficado surpreso com a decisão do desembargador Caio Ganguçu de Almeida, que manteve os dois presos.

Os advogados de Alexandre estiveram com ele nesta quarta-feira para tranquilizá-lo.

- Explicamos que foi negado não o habeas corpus, mas sim a urgência para a requisição - disse o advogado Rogério Neres.

Alexandre teria passado a primeira noite no CDP II de Guarulhos acordado. Ele está isolado dos demais presos, na área de enfermaria. Deve permanecer separado por 10 dias.

A situação de Anna Carolina Jatobá é a mesma. Ela foi levada para a penitenciária feminina de Tremembé, a mesma onde está Suzane Richthofen, condenada a 39 anos de prisão pela morte dos pais. Os advogados dizem que ela tem tido dificuldades para se alimentar e está bastante abatida , ainda mais do que Alexandre Nardoni, o pai da menina.

Por isso, querem que ela seja autorizada a receber visitas já neste fim de semana. A penitenciária fica a 140 km da capital e os advogados devem ir até lá nesta quinta.

Segundo os advogados, Alexandre está confiante que o pedido de habeas corpus será revertido no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e que ele poderá aguardar o julgamento em liberdade.

O promotor Francisco Cembranelli disse que é contra a "chuva de liminares" que está sendo permitida pelos tribunais superiores, mas afirmou que não há como evitar essa situação. O casal deve ser interrogado pela justiça no próximo dia 28. Depois, será a vez das testemunhas de acusação e defesa. Feitas as alegações finais pelo promotor e pelos advogados, o juiz vai se pronunciar.

- Isso se tudo ocorrer dentro da maior regularidade, sem incidentes sem a criação de entraves desnecessários - afirmou.


O Globo.

Nenhum comentário:

Pesquisar este blog