segunda-feira, 26 de maio de 2008

Artigo - O golpe da barriga

Ronaldo, o craque. Mais uma vez se mete em uma grande confusão. Desta vez, talvez pensando em apagar a história com os travestis, sai alardeando aos quatro ventos junto com a mãe, que mais uma vez será pai. Desta vez acho que a extorsão sairá bem mais cara que os 50 mil reais, que um travesti de beira de estrada, tentou lhe arrancar num primeiro momento.

Acho sim este exemplo muito ruim. Em primeiro lugar porque o nosso grande craque mostra aos seus milhares de fãs que mantém relações sexuais sem proteção da camisinha. Em segundo lugar por estar colocando no mundo mais uma criança, que pelo visto não foi planejada e que servirá, provavelmente para garantir uma polpuda aposentadoria para a futura mamãe, afinal a coitadinha mesmo antes de se casar já foi traída, portando não precisará mais agüentar o craque, pois o bebê já foi encomendado e com certeza deverá custar ao agora “abobado” pai uma fortuna.

O velho golpe da “barriga” continua rendendo às “marias chuteiras” “gasolinas”, “parafinas”, “pagodeiras”, e outras espertalhonas que fazem do ofício da maternidade uma forma segura de se locupletarem financeiramente, explorando uns ingênuos bem sucedidos, que em busca de prazer e afirmação de masculinidade acabam tendo que sustentar filhos, suas mães e chegados para o resto da vida.

Pergunto eu como advogada o que acontecerá com estas espertalhonas quando o sucesso do provedor acabar e conseqüentemente o dinheiro também. Será que os meritíssimos juizes que julgaram as pensões irão colocar os infelizes nas cadeias como prevê a lei?

Será que se os pais resolverem assumir a guarda da criança, sem a necessidade da mesada para as mães, estas moças continuariam a engravidar? Afinal para se conceber necessita-se de um homem e de uma mulher com vontade de fazer sexo. O mundo evoluiu, as mulheres conseguiram grandes vitórias em suas conquistas femininas, mas pelo visto na hora de se tirar algum proveito financeiro de uma situação propícia, sempre viram as coitadinhas e indefesas perante o “macho” predador.

Como mulher fico sempre muito envergonhada quando tenho acesso a este tipo de notícia. Anos de estudos e trabalho procurando dignificar a condição feminina são jogados no lixo diante destes tão rotineiros fatos.


Por Sylvia Romano é advogada trabalhista, responsável pelo Sylvia Romano Consultores Associados, em São Paulo. mailto:sylviaromano@uol.com.br


O Estado do Paraná, Direito e Justiça, 25/05/2008.

Nenhum comentário:

Pesquisar este blog