segunda-feira, 5 de maio de 2008

Austríaco que abusou da filha por 24 anos havia sido acusado de estupro na época em que ela nasceu

VIENA - O austríaco que manteve sua filha Elisabeth presa por 24 anos em um sótão e teve sete filhos com ela, Josef Fritzl, 73 anos, foi acusado de estupro na época em que sua principal vítima nasceu, segundo relatos de sua cunhada publicados neste domingo pela imprensa austríaca.

O jornal Oberoesterreichische Nachrichten reproduz neste domingo um suposto registro judicial de 1967 dos arquivos de Linz, no qual Josef F. foi acusado de entrar no apartamento de uma enfermeira de 24 anos e estuprá-la.

A cunhada de Josef Fritzl, identificada como Christine R., disse ao jornal Oesterreich que ele foi preso pelo crime.

- Eu tinha 16 anos quando ele foi preso por estupro - afirmou.

A acusação teria acontecido pouco depois do nascimento de Elisabeth, 42 anos, que foi libertada há uma semana do sótão onde seu pai a mantinha confinada.

O advogado de Fritzl, Rudolf Mayer, que não atendeu ao telefone neste domingo, afirma em entrevistas publicadas em jornais hoje que seu cliente não é responsável por seus atos. Segundo o criminalista, um dos melhores do país, o engenheiro não deve ir para a prisão, mas para uma instituição psiquiátrica.
Elisabeth Fritzl inocenta a mãe

Elisabeth Fritzl, chamada de a filha do "carcereiro de Amstetten", isentou sua mãe de culpa pelo martírio sofrido nos 24 anos que viveu presa no porão de sua casa, onde foi submetida a violências pelo pai. As informações são do semanário "Der Spiegel', que circulará no domingo.

Por todos estes anos em que viveu sob o domínio do pai, Elisabeth recebia alimentos e vestidos apenas de seu pai. Sua mãe, Rosemarie, nunca soube de nada nem teve nada a ver com o ocorrido, disse Elisabeth, hoje aos 42 anos, à polícia.

O "Der Spiegel" diz ainda que a família havia sido sumetida à observação de assistentes sociais a menores, que jamais suspeitaram de alguma coisa e que inclusive constataram em suas atas que o pai se sentia "aliviado" pela emoção de "ter encontrado um bebê abandonado", diante de sua porta.

Três destes filhos-netos viveram no andar de cima da casa, junto à esposa de Josef e o restante da família. Enganados por Josef, todos acreditavam que os pequenos teriam sido abandonados pela mãe, que supostamente integrava uma seita.

O caso veio à tona, entretanto, quando a filha mais velha de Elisabeth, Kerstin, teve que ser levada ao hospital de Amstetten, onde permanece internada em estado grave, e em coma induzido, com uma doença mantida em sigilo pelos médicos.

No dia 19 de abril, o engenheiro aposentado concordou em levar a filha a um médico, com Elisabeth. Mas o pai não sabia que a mãe das crianças - que temia contar aos médicos o que enfrentava nos últimos 24 anos - havia escondido um bilhete na roupa da filha doente.

Ex-inquilino diz que viu filho de Fritzl descer ao porão

O engenheiro foi preso no último domingo. A polícia acredita que ele agia sozinho. Um ex-inquilino de Fritzl afirma, entretanto, que viu um de seus filhos descer ao porão onde Elisabeth era mantida presa com três dos seus filhos. Além deles e dos três que foram criados por Fritz e sua mulher, Elisabeth teve outro filho da relação com o pai. Segundo ele, a criança morreu logo após o parto.

A polícia acredita que Rosemarie, a mulher do austríaco, não sabia do verdadeiro destino da filha. Segundo a cunhada de Fritzl, ele sempre humilhou a mulher ao longo de seus 50 anos de casamento. A irmã de Rosemarie disse ainda que o austríaco passava horas no porão da casa onde moravam e chegava a virar noites no local.


O Globo.

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