sábado, 3 de maio de 2008

Buscas por padre Adelir serão retomadas no sábado

A chuva e o vento forte que atingiu o litoral de Santa Catarina nesta sexta-feira (2) impediu o trabalho dos bombeiros.

As buscas pelo padre Adelir de Carli, desaparecido desde o dia 20 de abril , devem ser retomadas no sábado (3), mesmo se o mal tempo persistir. O trabalho do Corpo de Bombeiros Voluntários de Penha e Piçarras, no litoral de Santa Catarina, foi interrompido pela chuva e os ventos fortes que atingiram a região nesta sexta-feira (2).

A Marinha e a Aeronáutica solicitaram a interrupção porque um ciclone extratropical se aproxima do litoral catarinense. As temperaturas na região giram em torno dos 19°C. “A água está muito fria e não temos condições de fazer as buscas nesse estado”, disse o coordenador das buscas, Johnny Eurico Coelho.

Uma equipe de 20 bombeiros voluntários deve participar o trabalho no sábado. Segundo Coelho, a busca deve se concentrar em dois costões com cavernas, para onde o padre poderia ter sido arrastado pelo mar. Como os locais são de difícil acesso os bombeiros descerão o paredão de pedra de rapel. As buscas no mar só voltam a ser realizadas com tempo bom e condições favoráveis para a navegação.

A família do religioso retornou a Paranaguá na quinta-feira (1º). No sábado (3) eles devem volta a Santa Catarina para acompanhar as buscas. Os bombeiros voluntários prometem manter as buscas pelo menos até a tarde de domingo (4), quando completarão duas semanas do desaparecimento do padre.

Na noite de quarta-feira (30), os bombeiros receberam a informação de que um barco teria localizado um corpo em alto-mar e foram até o local investigar. “A notícia era improcedente e sequer achamos o barco que teria feito a descoberta”, lamenta o comandante. Não é o primeiro trote que atrapalha o trabalho de busca dos voluntários.

A equipe utiliza lanchas, jet-skis e um helicóptero cedido pelo Parque Beto Carrero para percorrer a distância entre São Francisco do Sul e Balneário Camboriú. Por terra, os bombeiros vasculham matas e costões de Penha. “Como há grutas com água doce e frutas há a possibilidade de alguém sobreviver neste locais por um bom tempo” diz Coelho. O comandante defende que caso o padre estivesse morto no mar, o corpo já teria boiado. “As buscas ainda são por uma pessoa viva”, afirma.

Gastos

Até agora, a procura pelo padre custou pelo menos R$ 564 mil aos cofres públicos. Os números foram divulgados no fim da semana passada pelo Distrito Naval, em Rio Grande (RS). Durante os primeiros quatro dias, a Aeronáutica colocou um avião de patrulha para tentar encontrá-lo. O avião fez 31 horas de vôo, consumindo 8.989 litros de combustível. No mercado, o litro de combustível para aeronaves custa R$ 3,20. Os maiores gastos – em torno de R$ 520 mil – foram consumidos pela Marinha, que manteve em atividade um rebocador de alto-mar, um navio, um helicóptero e lanchas. O restante foi gasto em alimentação, telefonemas e outras despesas.

A família e os amigos do padre Adelir contribuíram nas buscas com o aluguel de um avião Cessna, que se deslocou de Curitiba. Ele foi utilizado por um dia, fazendo o rastreamento do litoral norte de Santa Catarina, a uma distância aproximada de 90 quilômetros da costa. O aluguel de uma aeronave de dois motores, como a utilizada no trabalho, custa R$ 5,70 o quilômetro, de acordo com locadoras de Curitiba.


Gazeta do Povo.

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