domingo, 25 de maio de 2008

Como lidar com o estresse no trabalho

Trabalho em alta tensão
O burnout, nível mais alto de estresse, afeta 30% da população economicamente ativa

Existe um ponto de estresse extremo que atinge três em cada 10 trabalhadores brasileiros, segundo pesquisa da International Stress Management Association no Brasil (Isma-BR). Esse ápice do transtorno, batizado como burnout (fogo descontrolado), pode ser devastador pessoalmente e profissionalmente porque afeta corpo e mente.

São vários os sinais do burnout: da sensação de incapacidade até a depressão profunda. Os reflexos incluem baixa produtividade, lesões e doenças freqüentes. Para as empresas, revela-se em números, pelo aumento nos custos médicos, assim como na concessão de mais licenças para tratamento médico e psicológico. Sinais de burnout na equipe.

O tema será abordado no congresso da Isma-BR (www.ismabrasil.com.br), em junho, na Capital. Chegando-se ou não ao burnout, os impactos do estresse são freqüentes e podem estar afetando o seu colega do lado. Ou você.

Choro fácil, falta de esperança, insônia e depressão apontam uma carga elevada de tensão profissional, lista o coordenador do núcleo de saúde mental e do trabalho da Sociedade de Psiquiatria do Estado, Arthur Lima Netto. Estresse ou burnout, a recomendação dos especialistas é que cada um - empresa e profissional - faça sua parte e não espere por uma solução que caia céu ou venha apenas de um dos lados.

- Se o problema fosse somente o chefe, não haveria na mesma equipe pessoas estressadas e outras de bem com a vida. Mas as organizações e os gestores têm muito a fazer, assim como os profissionais, individualmente - garante Ana Maria Rossi, presidente da Isma-BR.

Do ponto de vista pessoal, um dos problemas é não saber lidar com frustrações e erros a que todos estão sujeitos ao longo de um dia de trabalho. Para as organizações, o desafio é desestimular as horas extras, não tomando como exemplo o funcionário que fica uma eternidade dentro da empresa todos os dias. Isso não significa, necessariamente, fazer um bom trabalho.

O que mais acirra os ânimos

Causas interpessoais

- Personalidade explosiva. O problema afeta principalmente quando se é subordinado a alguém com este temperamento, mas também pode ser originado entre colegas de difícil relacionamento
- Abuso moral e sexual.
- Estilo de liderança. Profissionais que costumam ser centralizadores demais, sem delegar tarefas ou aceitar ajuda, são os mais propensos a enfrentar problemas

Causas profissionais

- Falta de controle sobre a situação. Ter a responsabilidade sem autonomia para tomar as decisões e resoluções necessárias
- Novas tecnologias. Ao se deparar com uma nova ferramenta, alguns entram em conflito, amargam a sensação de que não sabem mais nada. Para quem trabalha com prazos limitados, isso é ainda mais grave
- Ascensão profissional. Ser promovido pode ser uma faca de dois gumes. Ao se sobressair em um área, surge a chance de assumir cargo maior, mas burocrático e distante do que se gosta de fazer. A nova função, assim, se torna um calvário
- Mudanças na maneira de executar uma tarefa, como um relatório ou a alimentação do banco de dados
- Sobrecarga. A semana normal de trabalho está hoje, em média, entre 50 horas e 52 horas, e tende a aumentar
- Conflito de funções. Executar tarefas que são contra os seus princípios
- Ambigüidade. Fazer algo sem saber o que exatamente o chefe espera, ou ter de atender a mais de um chefe, sem saber a quem se deve responder primeiro

Causas físicas

- Ambientes extremos
- Trabalho em uma sala muito fria, muito quente ou barulhenta, por exemplo, também é grande causa de estresse
- Atividades extenuantes
- Trabalho sob constante tensão ou mesmo perigo, por exemplo

Causas internas

- Infra-estrutura emocional: baixa capacidade de superar problemas, ansiedade e outros fatores
- Baixa auto-estima pessoal
- Baixa autoconfiança profissional
- Falta de tolerância às frustrações
- Falta de apoio social, o que inclui redes de amigos, familiares e contatos profissionais

Os índices do burnout

- Impactos
- 94% sentem-se incapacitados
- 89% praticam presenteísmo (estão só fisicamente no local, mas não realmente envolvidos no trabalho)
- 47% têm depressão

Sintomas

- 93% exaustão
- 86% irritabilidade
- 82% falta de concentração
- 74% dificuldade de relacionamento no trabalho


Zero Hora.

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