sexta-feira, 9 de maio de 2008

Defesa questiona acusação e apresenta habeas corpus para pai e madrasta de Isabella

A defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina Isabella, apresentará nesta sexta-feira o pedido de habeas corpus para o casal, que foi acusado pela morte da criança e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça na última quarta-feira (7).

O advogado Rogério Neres de Sousa, um dos três defensores do casal, afirmou à Folha Online que o documento questionará o teor da denúncia (a acusação formal apresentada pelo Ministério Público) e a decisão do juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri de Santana, que decretou a prisão do casal.

Para os advogados, há falta de requisitos para justificar que Alexandre e Anna Carolina fiquem presos durante o processo.

Em seu despacho, Fossen descreve que considera que houve prova material do crime e indícios de autoria do casal. Ele justifica a decretação da prisão não somente para a conveniência do seguimento do processo como também para garantir a ordem pública "com o objetivo de tentar restabelecer o abalo gerado ao equilíbrio social por conta da gravidade e brutalidade com que o crime descrito na denúncia foi praticado".

Denúncia

Isabella, 5, foi morta em 29 de março, quando passava o fim de semana com o pai, a madrasta e dois irmãos menores. A menina foi asfixiada e jogada do sexto andar do edifício London, na zona norte de São Paulo.

Para o promotor Francisco Cembranelli, Isabella foi asfixiada pela madrasta e jogada do apartamento pelo pai. Na denúncia, entregue terça-feira (6) à Justiça, Cembranelli também responsabiliza o casal por fraude processual --por ter alterado a cena do crime.

Ele aponta como provas contra o casal laudos periciais e versões de testemunhas --durante as investigações, mais de 60 pessoas foram ouvidas.

Alexandre e Anna Carolina, que já haviam cumprido prisão temporária durante as investigações, voltaram a ser presos na noite de quarta-feira, após a decretação da preventiva. O pai de Isabella permanece na carceragem do 13º DP, onde há celas para homens com curso superior completo. A madrasta passou pela carceragem feminina do 97º (Americanópolis) e pela Penitenciária Feminina da Capital, na zona norte, até ser transferida para a penitenciária de Tremembé (138 km de São Paulo), na noite de ontem.

O casal nega envolvimento no crime e atribui a morte da menina a uma terceira pessoa --assaltante ou desafeto--, que teria invadido o apartamento.

Ambos devem ser interrogados pela Justiça no próximo dia 28. Após a conclusão do processo, os réus vão a julgamento. Em qualquer uma das fases do processo judicial, cabe recurso.


Folha de São Paulo.

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