quinta-feira, 8 de maio de 2008

Em cartas, austríaca disse que queria sair de casa




A austríaca que foi mantida em cativeiro durante 24 anos pelo próprio pai estava planejando sair de casa meses antes de ser encarcerada.

Cartas escritas por Elisabeth Fritzl em 1984 a um amigo e publicadas nesta quinta-feira pelo jornal austríaco Oesterreich revelam que ela pretendia ir morar com a irmã.

“Depois das provas...eu vou mudar para a casa da minha irmã e do namorado dela”, escreveu Elisabeth a um amigo identificado apenas como E., no dia 9 de maio de 1984.

Em outra carta, datada de 29 de maio de 1984, ela contou sobre seus hobbies – nadar, jogar tênis e futebol – e como gostava de sair com os amigos.

“Eu gosto de escutar música e sonhar acordada. Mas se a vida é feita apenas de sonhos, bem, aí eu já não sei”, disse ela.

'Torça por mim'

Em uma terceira e última correspondência, de 3 de agosto de 1984, poucas semanas antes de ser seqüestrada, ela escreveu:

“Cruzes os dedos por mim. Quando você receber essa carta, tudo já terá terminado. Eu vou te passar o meu novo endereço assim que me mudar.”

Na carta, ela inclui uma foto, com um recado: “Torça por mim! Sissy.”

Josef Fritzl, que está preso há dez dias, confessou ter mantido a filha Elisabeth presa em um porão dentro da própria casa por mais de duas décadas.

Ele ainda admitiu ser o pai dos sete filhos que a mulher teve durante o tempo que passou em cativeiro – um deles morreu pouco depois do parto.

Três filhos foram “adotados” por Fritzl, tendo passado a morar com ele e a mulher – e avó – na parte superior da casa.

As outras três crianças, hoje com 19, 18 e 5 anos, passaram a vida no porão e viram a luz do sol pela primeira vez há uma semana.

Os crimes do austríaco vieram à tona na semana passada depois que a filha mais velha de Elisabeth, Kerstin, de 19 anos, foi internada, seriamente doente.
A jovem entrou em coma e ainda luta para sobreviver.

O jornal austríaco ainda publicou declarações de Fritzl tornadas públicas por meio de seu advogado, Rudolf Mayer.

Segundo Mayer, o austríaco vem acusando a mídia de ser “parcial” na cobertura do caso.

“Sem mim, ela (Kerstin) não teria sobrevivido. Fui eu quem a enviou para o hospital”, teria dito Fritzl, segundo o advogado.

“Eu poderia ter matado todos eles e nada teria acontecido. Ninguém nunca teria descoberto”, teria acrescentado.

Elisabeth e cinco de seus filhos estão recebendo tratamento em uma clínica psiquiátrica.


BBC Brasil.

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