sábado, 24 de maio de 2008

Impulsivos têm maior déficit

A diferença entre um psicopata calculista e um assassino impulsivo pode ser maior do que se pensava. A tomografia do cérebro (exame chamado PET) desses dois tipos de criminosos revela que ambos apresentam déficits consideráveis no córtex pré-frontal.

Os criminosos impulsivos, no entanto, têm uma deficiência ainda maior. "Quanto maior a impulsividade maior esse déficit", afirma o psicólogo Adrian Raine, professor da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.

O polêmico estudo de Raine, no entanto, não despreza os fatores sociais que implicam a formação de um criminoso. Questões como o ambiente em que uma criança cresce são fundamentais na definição de sua personalidade. Mas, para desespero dos pais, a relação social que os jovens desenvolvem nas ruas e na escola parecem ter um peso ainda maior. "Eu também não gosto disso, sou pai de dois adolescentes e me desespero pensando sobre o assunto", afirma Raine, que participa, no Rio Grande do Sul, de um congresso sobre cérebro, comportamento e emoções.

Para ele, a única forma de os pais terem um certo controle sobre essa situação é fazendo parte da vida de seus filhos. "Sair com seu filho e os amigos dele ou então convidá-los para se reunirem em sua casa é muito mais efetivo do que impor regras rígidas e proibi-los de freqüentar determinados lugares", diz.

Para o professor do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Jair Mari, o cuidado deve começar ainda durante a gravidez e a infância. "Desnutrição e infecções repetidas podem levar a um quadro de agravo cerebral que irá se manifestar posteriormente", afirma.


Estadão.

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