sexta-feira, 9 de maio de 2008

Justiça estende prisão de Fritzl por mais um mês

A Justiça da Áustria estendeu por mais um mês a detenção de Josef Fritzl, acusado de prender sua filha no porão de casa por 24 anos.

A decisão foi tomada após uma audiência de 15 minutos a portas fechadas em St. Poelten, onde o homem está sendo mantido desde abril, e será reavaliada dentro de um mês, segundo um porta-voz da Corte.

Acompanhado de seu advogado, Fritzl permaneceu em silêncio durante a sessão.

A repórter da BBC em St Poelten, Bethany Bell, diz que a extensão da prisão de Fritzl permitirá à polícia continuar as investigações, e ao procurador-geral do Estado, reunir evidências contra ele.

Ela disse que não está claro se o procurador interrogará o acusado.

'Fora de controle'

Na quinta-feira, através de seu advogado, Fritzl disse que foi motivado por um vício que "saiu fora de controle".

Em uma entrevista à revista austríaca News, o advogado dele, Rudolf Mayer, disse que seu cliente teria admitido ter estuprado a filha repetidamente.

"Eu sabia que Elisabeth não queria que eu fizesse o que eu fiz com ela. Eu sabia que a estava machucando. Era como um vício. Na realidade, eu queria ter filhos com ela", disse Fritzl, de acordo com a descrição de Mayer à revista.

"Eu sabia o tempo todo que o que eu estava fazendo não era certo, que eu devia ser louco por fazer tal coisa", teria dito o austríaco, segundo a publicação.

"Mas, apesar disso, tornou-se uma realidade para mim ter essa segunda vida que eu vivia dentro do porão."

Mayer conta ainda que Fritzl disse ter encarcerado Elisabeth, em 1984, para protegê-la do mundo exterior, como uma forma de controlar o comportamento da filha, depois que "ela quebrou todas as regras" no início da puberdade.

"Eu precisava criar um lugar no qual eu pudesse mantê-la longe do mundo exterior, à força, se necessário", diz outra frase atribuída a Fritzl pela revista.

Fritzl também teria repetido a alegação de que havia instalado um dispostivo nas portas do cativeiro que faria com que elas se abrissem depois de um determinado tempo.

"Se eu tivesse morrido, Elisabeth e as crianças teriam se libertado", diz outra frase atribuída ao austríaco na reportagem.


BBC Brasil.

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