sexta-feira, 9 de maio de 2008

Organizadores da Marcha da Maconha farão neste sábado um ato pela liberdade de expressão





Impedidos de realizarem a Marcha da Maconha em várias capitais do país no domingo passado, os organizadores marcaram uma nova manifestação, agora em protesto contra as decisões judiciais que proibiram a realização das caminhadas. Batizado de Dia de luta pela liberdade de expressão, o ato será neste sábado, às 14h, no Arpoador.

No site do protesto, os organizadores convocam para a manifestação e afirmam: "Não vamos deixar que nos tomem a liberdade de expressão! Abaixo a censura!! O ano é 2008!"
OAB fará ato público na segunda

Já a Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB/RJ) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) também realizarão um ato público em defesa da liberdade de expressão e contra à decisão judicial que proibiu a "Marcha da Maconha" na zona sul carioca. O evento está marcado para a próxima segunda-feira, às 14h30m, na sede da OAB, na Avenida Marechal Câmara 150, no Centro do Rio. O Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) e o Sindicato dos Advogados do Rio de Janeiro também fazem parte da organização do evento.

Segundo a convocação para o ato, "pouco importa o tema que se pretenda discutir, intolerável é a proibição da livre expressão, do debate aberto e da manifestação de pensamento".

Para o presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, "a proibição da marcha é um retrocesso contra a liberdade de expressão". Ele argumentou que falar sobre drogas ainda é tabu, em entrevista ao jornal "O Globo" nesta terça-feira.
Marcha só foi liberada em Recife

Recife foi a única das dez capitais programadas para receberem a Marcha da Maconha onde o evento foi liberado pela Justiça . De acordo com os organizadores, cerca de mil pessoas estiveram na passeata pelas ruas do Recife Antigo.

No Rio de Janeiro, uma representação do deputado Marcelo Itagiba (PMDB) resultou na proibição pela Justiça da realização da marcha. Segundo o deputado, a proibição "não se trata de censura sobre o melhor tratamento jurídico que se deva dar ao uso da maconha".

Mesmo com a proição da Justiça, a marcha atraiu dezenas de pessoas ao Arpoador, na zona sul carioca. O advogado e tradutor Gustavo Castro Alves foi preso sob a acusação de apologia às drogas. Ele foi à praia levando um cachorro que carregava a placa com os dizeres: "A estupidez é a essência do preconceito. Legalize a cannabis". (Veja fotos da prisão)

Em São Paulo, um grupo de aproximadamente 100 pessoas organizou na tarde do domingo um ato pró-maconha no Parque do Ibirapuera, na zona sul da capital. Os manifestantes levaram bandeiras com a folha da cannabis sativa e cantaram músicas de Bob Marley para protestarem contra a proibição da "Marcha da Maconha". O ato se restringiu a uma área do parque.

Além do Rio de Janeiro e de São Paulo, a manifestação foi vetada em outras sete capitais: Salvador (BA), Cuiabá (MT), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Curitiba (PR), Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG).


O Globo.

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