Atitude foi tomada após uma discussão e ameaças feitas pelo jovem
Na tarde de sábado, em Guaíba, um eletricista de 52 anos atirou contra o próprio filho, de 26 anos. Segundo Enio Mariano, o filho Everton é viciado em crack e estava fazendo ameaças à família.
O jovem está internado no Hospital de Pronto Socorro, na Capital, e seu estado era regular até ontem.
O ocorrido na casa onde a família mora, no sábado, foi um gesto de desespero, contou Mariano em entrevista à Zero Hora depois de se apresentar à Delegacia da Polícia Civil de Guaíba.
No sábado, após o almoço, enquanto Mariano assistia à TV, teve início a discussão dele com o filho. O motivo da briga seria uma moto levada, supostamente, por traficantes a quem Everton devia dinheiro.
O filho, então, teria ido até a casa dos fundos, onde mora sozinho, e voltado empunhando um facão e fazendo ameaças. Arrombou a porta e foi atingido pelo disparo de Mariano. O tiro atingiu o abdômen de Everton.
Antes de entregar o revólver calibre 38, o cartucho deflagrado e o facão na DP, o eletricista chamou a ambulância para socorrer Everton. A Brigada Militar atendeu ao chamado e enviou o pai à delegacia. Mariano foi ouvido e liberado por não ter antecedentes criminais, ter residência fixa e se apresentado espontaneamente à polícia. Ele deve prestar novo depoimento hoje na delegacia.
- Eu e minha mulher estamos em depressão, não sabemos mais para quem pedir ajuda. Chamei a Brigada Militar na quinta-feira (dia 1º), porque ele quebrou os vidros da janela, cortando as mãos. Mas eles dizem que não podem fazer nada. Já procurei até o Ministério Público - desabafa Mariano.
Segundo o pai, Everton é usuário de maconha, cocaína e crack desde os 13 anos.
Escrivã que atendeu a ocorrência, Rosana Caetano diz estar habituada a registrar queixas de pais contra filhos que furtam objetos da própria casa ou fazem ameaças para comprar drogas. Foi a primeira vez, no entanto, que teve conhecimento de uma atitude tão extrema.
- Não sei por que essa pedra (crack) tem esse poder todo sobre as pessoas - desabafa a escrivã.
Zero Hora.
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