quarta-feira, 7 de maio de 2008

Para Scotland Yard, Big Brother não coíbe crimes

É praticamente impossível sair de casa em Londres sem expor algum ângulo seu, já que a capital britânica contém a maior concentração da Europa de câmeras de vigilância. No entanto, de acordo com um dos mais graduados oficiais da Scotland Yard, o inspetor Mick Neville, o investimento crescente neste tipo de tecnologia anda bem longe de reduzir a criminalidade nas ruas, como mostra matéria do correspondente Fernando Duarte publicada nesta quarta-feira no jornal O Globo.

O anúncio foi feito horas antes de um tiroteio entre a polícia e um homem armado num dos bairros mais chiques da cidade, onde casas de um milhão de libras dividem espaço com a sofisticada rua de boutiques King's Road. O tiroteio em Markham Square, em Chelsea, começou por volta das 17h e se estendeu por pelo menos cinco horas. A polícia trocou tiros com um homem armado e a área teve de ser evacuada. Não houve feridos e a polícia conseguiu cercar o atirador no fim da noite.

Os comentários do inspetor Neville servirão de munição a grupos de direitos humanos que vêm criticando o investimento em tecnologia de vigilância no Reino Unido.

- Não adianta apenas instalar um monte de câmeras sem se preocupar com o volume de imagens. Do jeito que as coisas estão, o sistema pode ser considerado um fiasco, especialmente porque bandido não tem medo de câmera - afirmou.

Segundo Neville, apenas 3% dos crimes cometidos em Londres têm sido resolvidos com ajuda das câmeras. Estatísticas veiculadas pela mídia dizem que o país hoje conta com mais de quatro milhões de câmeras, uma para cada 14 habitantes. Estudos como o divulgado no ano passado pela ONG Privacy International estimam que os britânicos sejam filmados pelo menos 300 vezes por dia.


O Globo.

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