terça-feira, 13 de maio de 2008

Polícia austríaca busca câmaras escondidas em porão dos Fritzl

A polícia austríaca retomou nesta terça-feira as investigações no porão onde Josef Fritzl manteve a filha presa durante 24 anos.

Com o uso de sensores e de cães farejadores, as autoridades pretendem descobrir se há alguma outra câmara anexa ao local onde Elisabeth Fritzl ficou encarcerada, e que teria ficado despercebida nas investigações iniciais. Os criminalistas acreditam que o trabalho de perícia possa estar perto do final.

Quando a perícia terminar, a casa ficará à disposição da prefeitura de Amstetten para que funcionários do setor de construção civil analisem se a construção do cativeiro, feita de forma ilegal por Fritzl, afetou a estrutura do imóvel.

O austríaco obteve na prefeitura uma permissão para construir um porão em sua casa entre 1978 e 1983. Este recinto serviu de base posteriormente para a construção e ampliação do cativeiro onde Elisabeth ficou presa desde 1984.

Os engenheiros vão investigar se a construção ilegal atende às normas de construção, como altura mínima, entrada e saída de ar e tamanho da entrada para que ela venha a ser, eventualmente, legalizada.

Mas pelas fotos e descrição da polícia, este não parece ser o caso, afirmam os engenheiros.

Se for confirmado que a construção não seguiu os padrões, a prefeitura teria que estudar alternativas como a sua destruição.

Mas os engenheiros da prefeitura argumentam que esta solução não é viável porque destruir o porão poderia afetar completamente as estruturas do imóvel, construído em 1890.

"Talvez poderíamos fechar a entrada de uma forma que os recintos não pudessem ser visitados por ninguém", disse Valerie Freinberger, representante do diretor de construção municipal.

A família Fritzl ainda não se manifestou sobre o que pretende fazer com o recinto em que Elisabeth e três de seus filhos ficaram presos por tanto tempo.

Além de ser julgado pelos crimes praticados contra seus familiares, Fritzl também será processado pela prefeitura por ter feito uma construção ilegal.

O austríaco receberá no final de semana na prisão de Sankt Pölten a visita da psiquiatra forense Adelheid Kastner, que determinará se ele é psicologicamente são para responder ao processo no tribunal. Não há previsão para o anúncio de um resultado.

A polícia austríaca também respondeu a uma reportagem do jornal "Kronen Zeitung" que levantava dúvidas sobre se a esposa de Josef Fritzl, Rosemarie, realmente não sabia da existência do crime.

Segundo o chefe de polícia Franz Polzer, ela não é considerada suspeita e o depoimento de Elisabeth Fritzl a inocenta. Ainda segundo a polícia, Rosemarie só será interrogada se surgir um elemento novo nas investigações que indiquem uma possível ligação com o caso.


BBC Brasil.

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