quinta-feira, 1 de maio de 2008

Promotor passa feriado analisando inquérito do caso Isabella

Francisco Cembranelli deve se pronunciar na terça-feira sobre denúncia e prisão de casal.
Na quarta (30), advogados de defesa contestaram laudos periciais e investigação da polícia.

O promotor Francisco Cembranelli, que acompanha as investigações do caso Isabella, vai passar o feriado analisando as quase 1.200 páginas do inquérito sobre o crime. O documento foi entregue ao Ministério Público na manhã de quarta-feira (30).

"Vou aclarar alguns pontos", disse o promotor. Ele revelou que como conhece boa parte do inquérito, deve se deter apenas à análise das partes mais importantes do documento.



Isabella Nardoni, de 5 anos, morreu em 29 de março após ser agredida e jogada do 6º andar de um prédio na Zona Norte de São Paulo. O pai e a madrasta da menina, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, são considerados pela polícia os principais suspeitos do crime.



Cembranelli deve anunciar no início da próxima semana se oferecerá denuncia contra o casal à Justiça e se endossa o pedido de prisão preventiva feito pela polícia. Caso o promotor concorde com a prisão do pai e madrasta de Isabella, o pedido da polícia ainda deverá ser apreciado por um juiz.



Mesmo com a possibilidade da decretação da prisão, os advogados de defesa dizem que não entrarão com pedido de habeas corpus preventivo. "A defesa entende que a situação que existia no âmbito do inquérito policial é a situação que existe hoje. Não há os requisitos autorizadores para decretação da prisão preventiva", diz Marco Polo Levorin, um do que defende o casal.



Na tarde de quarta-feira, a defesa de Alexandre Nardoni e Anna Jatobá contestou os laudos periciais e a linha de investigação da polícia.



No interrogatório de Nardoni, os delegados afirmaram que havia sangue da menina dentro do carro família, na parte de trás do assoalho, atrás do banco do motorista e do lado esquerdo da cadeirinha do bebê. Mas o laudo do Instituto de Criminalística (IC) mostra que não é possível ter certeza de que se tratava de sangue da menina.

Ainda durante o interrogatório, os policiais disseram a Anna Carolina Jatobá que havia sido encontrado sangue de Isabella sobre o pé direito da sapatilha dela. Mas, de acordo com a defesa, a hipótese que não ficou comprovada.

"A perícia não tem como, pela exigüidade do material colhido, estabelecer que aquele era o sangue da Isabella. Ou seja, isto muda substancialmente tudo que tem sido anunciado", diz Marco Pólo Levorin, um dos advogados de defesa do casal.

Os advogados também contestam a tese bancada pela polícia sobre fralda que teria sido usada para limpar sangue de um ferimento de Isabella e o chão do apartamento.

"Lendo o laudo a gente pode observar que também não se identificou o sangue da menina na fralda", completa Levorin.


Sem explicação

Mas laudos como o que atesta as marcas da rede de proteção na camiseta de Alexandre contradizem a defesa. Os testes mostram que elas são resultado da pressão do corpo contra a tela - como se ele estivesse segurando um peso com os braços esticados.

Há também o rastro de sangue de Isabella encontrado dentro do apartamento. A polícia teve que usar um reagente químico para detectá-lo, sinal de que o assassino limpou a cena do crime. E a marca de chinelo encontrada na cama ao lado da janela de onde Isabella foi jogada é compatível com a do chinelo que Alexandre Nardoni usava no dia.



G1.

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