quarta-feira, 7 de maio de 2008

Sem prisão, julgamento de casal pode levar até seis anos

Na opinião do promotor, se o casal for preso, o júri pode sair até o fim do ano.

Para o promotor Francisco Cembranelli, que denunciou na terça-feira, 6, à Justiça Alexandre Nardoni, 29 anos, e Anna Carolina Jatobá, 24 anos, pela morte de Isabella Nardoni, 5, caso não seja decretada a prisão do casal, o julgamento dos dois pelo 2º Tribunal do Júri, no Fórum de Santana, pode demorar até seis anos. "Estando eles soltos, não tenho dúvidas de que não teremos qualquer desfecho antes de cinco ou seis anos", declarou. Segundo ele, "há a necessidade da prisão preventiva agora, até mesmo para evitar que o caso seja protelado indefinidamente".

Na opinião do promotor, se o casal for preso, o júri pode sair até o fim do ano. Quando os réus estão na cadeia, todos os prazos do processo são menores e a defesa tem menos interesse em protelar a ação penal com recursos. "Espero que o Poder Judiciário aja neste momento. A sociedade espera isso."

Cembranelli não apenas endossou o pedido de prisão preventiva feito pela polícia, como incluiu mais argumentos. Para ele, a detenção dos denunciados é necessária para garantir a ordem pública, o bom andamento do processo e satisfazer "o anseio de um Brasil inteiro profundamente comovido com o triste destino da pequena Isabella". Segundo o promotor, "a sociedade tem o direito de ter uma satisfação com a prisão preventiva".

Ele também menciona que a alteração da cena do crime "mostra que eles não estão comprometidos com o esclarecimento da verdade" e que a liberdade do casal pode gerar uma sensação de desigualdade na sociedade, já que todos se habituaram a ver na cadeia autores de pequenos delitos. O perfil agressivo de Alexandre e Anna Carolina também consta como motivo para a prisão, principalmente para proteger os dois filhos do casal.


Estadão.

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