Sérgio Cabral quer debate sobre legalização da maconha

Para governador, saldo da proibição é negativo, pelo número de vítimas da violência.
'Será que daqui a 70 anos não estarão rindo desta proibição?', disse, lembrando a Lei Seca.

O governador Sérgio Cabral defendeu nesta quarta-feira (7) a discussão sobre a legalização da maconha. No último domingo (4), a Justiça proibiu uma marcha a favor da legalização da droga, que seria realizada na Zona Sul do Rio. Segundo o governador, devem ser avaliadas quantas pessoas são vítimas da legalização e da proibição.
Para ele, o saldo da proibição é negativo.

"Tem que discutir. Essa equação do preconceito à discussão é muito ruim. A gente tem que discutir quais os danos. Evidente que gera danos, não quero isso para os meus filhos. Mas quais são os danos da proibição, da ilegalidade, do tráfico? Quantas pessoas morrem pelo uso e quantas pessoas morrem pelo fato de ser proibido? Pelo que gera de violência a luta mercadológica dos pontos de venda. Acho que o saldo da proibição é negativo, por isso tem que ser discutido", disse o governador, após visitar a Fundação Xuxa Meneghel, em Pedra de Guaratiba, Zona Oeste do Rio.


Discussão deveria ser internacional, diz Cabral

O governador afirmou ainda que o tema deve ser discutido não só no Brasil, mas como em outros países.

"Sempre num plano superior ao nacional, num plano internacional. Não dá para se transformar um país, uma cidade, uma região num paraíso legal do consumo. Os países de primeiro mundo deveriam ter mais coragem nessa discussão".

O governador lembrou ainda que a humanidade já teve exemplos de proibições que foram superadas, como a Lei Seca que vigorou nos Estados Unidos.

"O que o álcool produziu de corrupção e violência dos Estados Unidos na década de 30, hoje, 78 anos depois, as pessoas riem que aquilo era proibido. Será que daqui a 70 anos não estarão rindo desta proibição?
Está proibido e não se discute é um equívoco", afirmou.


G1.