terça-feira, 5 de junho de 2012

Marcha das Vadias em Maringá espera a participação de mais de mil pessoas

Cerca de mil pessoas são esperadas para a Primeira Marcha das Vadias de Maringá, que ocorrerá no dia 10 de junho (domingo) a partir das 14h. A estimativa é baseada nas adesões no grupo do Facebook, feito para divulgar o evento. Criado a partir de um movimento de acadêmicos da Universidade Estadual de Maringá (UEM) o protesto tem por objetivo chamar a atenção para a violência contra a mulher e para a luta por direitos iguais.

"A palavra vadia vem com um significado social muito forte. A palavra parece feia, mas muito mais feio é o machismo. O nome remete a um caso que ocorreu na Universidade de Toronto, no Canadá, quando um policial que, em seu depoimento sobre segurança no campus, defendia que para evitar estupros, as mulheres não deveriam se vestir como 'vadias'. Isso causou revolta, dando início à marcha", explica uma das organizadoras do evento em Maringá, Camille Balestieri, estudante de Comunicação e Multimeios, da UEM.
A Marcha das Vadias já ocorreu em vários países. No último sábado (2) ocorreu em Londrina, com a presença de centenas de pessoas. No dia 26 de maio, mulheres de mais 20 cidades brasileiras foram às ruas protestar. Em Maringá, o movimento surgiu por um grupo independente formado por alunos e membros da comunidade acadêmica da UEM, com apoio do Diretório Central dos Estudantes (DCE).
A Marcha deve trazer à tona o caso da menina Márcia Constantino, que foi estuprada e assassinada com apenas 10 anos. O crime, cometido em 2007, chocou a cidade de Maringá. "É um caso claro de violência contra a mulher. Diariamente são registrados vários casos de crimes contra as mulheres na cidade. Vamos abordar outros problemas sociais também, como o fato do município ter um alto índice de gravidez na adolescência", explica.
Outros temas também serão serão alvo de protestos, como a falta de preparo dos agentes que atendem as vítimas, o direito ao aborto legal e seguro, os estereótipos em geral e a liberdade sexual das mulheres.
"Vamos lutar contra toda forma de subestimar a mulher. Diariamente aguentamos piadinhas machistas, ouvimos comentário maldoso daquela colega que ascendeu rapidamente no trabalho. Vamos abordar também a questão do racismo: uma mulher ganha menos que o homem, mas o caso da negra é ainda pior, porque elas recebem menos que as brancas", reflete.
Camile ressalta o caráter feminista da marcha. "Somos contra o machismo, que é uma forma do homem se colocar de forma superior à mulher. O feminismo não é sexista, não defende a superioridade da mulher, ao contrário, defende a igualdade entre os sexos", diz.
Trajeto
A Marcha das Vadias em Maringá terá a concentração na praça em frente à Prefeitura. Eles caminharão pela Avenida XV de Novembro, descendo pela Avenida Duque de Caxias, virando na Prudente de Moraes até o Estádio Willie Davids.
A caminhada será acompanhada por um trio elétrico, onde as manifestantes darão palavras de ordem, e terá intervenções artísticas e apresentações de grupos de maracatu. Haverá também show das bandas Babulina e Serena.
"Convidamos todas as mulheres a participar e também os homens que se solidarizam com a causa", fala Camile.
O Diário do Norte do Paraná.

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