quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A tragédia nos EUA e o lobby das armas


Milton Corrêa da Costa

Mais uma tragédia tipicamente norte-americana- há um ano e oito meses atrás também provamos dela numa escola em Realengo, no Rio- deixa famílias enlutadas, autoridades impotentes e o mundo mais uma vez incrédulo. Na escola primária de Sandy Hook, em Connecticut, um jovem psicopata matou vinte crianças e seis adultos. A mãe, professora da própria escola, também foi morta.  Bárbaro, real e permanente pesadelo, num país onde a arma individual é direito constitucional. Uma cena própria de filme de terror, já rotineira nos EUA, onde se calcula existir cerca de 300 milhões de armas de posse da população. Atira-se contra crianças indefesas, sem dó e piedade, numa cena de extrema violência, que nos faz repensar sobre até onde vai a crueldade de uma mente assassina. 


Contra o elemento surpresa e o imprevisível quase sempre não existe a possibilidade de defesa, há que se reconhecer. Mas enfrentar o poderoso lobby do setor de armas é dever do governo dos EUA. Dificultar a aquisição de armas de fogo é uma das estratégias eficazes para reduzir tragédias. O que é mais valioso: a vida humana ou a riqueza dos impostos do comércio de armas, que causam tragédias?

É preciso rediscutir, nos EUA o direito ao uso individual da arma. Desculpas e lágrimas de autoridades não vão ressuscitar preciosas vidas. Um psicopata (transtorno de personalidade), de posse de três armas pertencentes à própria mãe, acaba de causar uma tragédia escolar sem precedentes. Autoridades da maior potência mundial não podem mais permanecer, portanto, combatendo tão somente projetos de outros páises de armas de destruição de massa. Armas de destruição individual também têm que ser combatidas.

O fato é que a cultura da arma nos EUA e no mundo precisa ter fim. Armas e munições só para quem exerce legalmante missões de defesa da sociedade ou de vigilância. Com a palavra e a carta na mão o congresso norte-americano para quebrar tal paradigma, antes que tragédias semelhantes  continuem ocorrendo. É preciso ação e menos perplexidade com tragédias  sempre muito prováveis.
                           
 
Milton Corrêa da Costa é estudioso e pesquisador em segurança pública

Nenhum comentário:

Pesquisar este blog