quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Barroso diz não ser punitivista, mas contra a impunidade de colarinho branco

O ministro Luís Roberto Barroso foi responsável pela palestra mais concorrida da XXIII Conferência Nacional da Advocacia, nesta quarta-feira (29/11), com todos os lugares preenchidos e muitas pessoas sentadas no chão ou assistindo em pé.
Público entrou em frenesi para tirar foto com Barroso (ao centro). 
Fernando Martines/ConJur 
As principais emissoras de televisão estavam presentes e, pouco tempo depois, os telejornais já transmitiam trechos da fala do integrante do Supremo Tribunal Federal.
Após uma série de discursos no qual criticou a falta de punição para os crimes de colarinho branco, Barroso parece buscar mostrar que não quer apenas a distribuição de punições a esmo.
Nesta quarta, declarou que não é punitivista e que o Brasil não irá ter conserto por meio do Direito Penal. Mas reforçou seu ponto de que a lei precisa passar a punir quem ganha mais que cinco salários mínimos, o que segundo ele não acontece hoje.
A ver pelo entusiasmo da plateia —formada majoritariamente por advogados —, a classe parece apoiá-lo. Seu discurso era agraciado a todo momento com salvas de palmas, ao final, recebeu assovios entusiasmados.
Uma frase parece ser o mantra de Barroso, que vem a repetindo em eventos: “A Justiça pune menino negro pobre com 100 gramas de maconha, mas não pune corrupto que desviou R$ 10 milhões”. 
O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia, chegou no meio do discurso do ministro para compor a mesa.
O ministro já participa de sessão na tarde desta quarta no Supremo, por isso teve de deixar a mesa de debate logo após falar. Mas sua retirada não foi um movimento simples. Boa parte da plateia ignorou que o debate prosseguia e se aglomerou para tirar selfies com o ministro ainda em cima do palco. Paciente, Barroso passou minutos atendendo a todos.
Leia abaixo falas de Barroso aplaudidas pelo público:
Ninguém deve ser preso por ser rico ou pobre.”
Não se muda o mundo com Direito Penal.”
O brasileiro tem medo de violência e corrupção, mas a maioria dos presos não cumpre pena por esses fatores, mas, sim, por questões relacionadas a drogas.”
O poder não serve para perseguir inimigos e ajudar amigos.”
Não existe missão pequena ou grande, existe missão mal cumprida.”
 é repórter da revista Consultor Jurídico.
Revista Consultor Jurídico, 29 de novembro de 2017.

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